Segundo Taurion vivemos em uma sociedade interconectada. Os eventos são visualizados em tempo real. Isto provoca mudanças significativas no ambiente, transformando-se em matéria prima ao mundo digital.
Hoje a internet como um grande pilar de transformação foi capaz de conectar cerca de 50% do planeta. E espera-se que em 2025 esta projeção atinja 80% totalizando algo em torno de 6 bilhões de pessoas.
No Brasil se comparado o atingimento global já foi possível conectar 50% da população, o que representa um pouco mais de 100 milhões de habitantes conectados. Se formos considerar a evolução da rede, em 2007 podemos dizer que adquirimos um computador de bolso – isto em menção aos modernos aparelhos de celulares portáteis tipo Smartphone. E em 2014 os celulares do início desta revolução tecnológica apresentam uma velocidade de processamento 40 vezes maior que o princípio de sua geração.
São mais de 300 mil tuites por minuto e mais de 1,8 Milhões de acessos por minuto também. As informações circulam muito rápidas. O que nos assusta é a velocidade em que as informações dominam a rede ao mesmo tempo em que toma proporções gigantescas no mundo conectado. Estamos aproximando dos 25 anos de criação do ambiente www. Se recordarmos grandes transformações ocorreu recentemente. Em 2007 houve o surgimento do Iphone, em 2010 Ipad. Hoje temos mais de 1,3 bilhões de usuários conectados em redes sociais. O Brasil é o 3º país do mundo em população conectada em redes sociais.
Quem quiser aprofundar sobre o assunto poderá efetuar a leitura do livro The new Division of Labor - How Computers Are Creating the Next Job Market e entender como o fenômeno da internet vem modificando as relações entre os seres humanos.
Antes se acreditava no uso do computador como um operador lógico para o processamento de contas. Atividades humanas e cognitivas não se imaginavam para o uso do computador. A materialização do impossível toma forma quando observamos que para ações de alta complexidade como dirigir um veículo, em algumas ruas já percorrem carros automáticos que trafegam sem a necessidade de motoristas. Para a Volkswagen, por exemplo, o novo modelo está abrindo portas para uma mudança de concepção em vez de fábrica de automóveis, para fábrica de mobilidade social. E esta transformação do impossível transcorreu de 2004 para cá.
Mas embora o avanço tecnológico não aparente a imposição de limites, ainda é difícil ao computador interpretar, por exemplo, relações de ironia e sarcasmo. Então vivemos num micro tempo em que o algo que era impossível para a coisa que hoje funciona está ativa em um ambiente de falhas.
Não muito distante, em 2005 com a mudança papal poderíamos observar no Vaticano uma multidão de fieis que esperavam pelo anúncio do novo papo entre orações e em silêncio, enquanto em 2013 a escolha do Papa Francisco lotou uma praça de devotos que iluminavam e monitoravam com seus modernos aparelhos portáteis a mudança de comando no Vaticano.
Imagina como a comunicação se dissemina hoje? Temos uma geração digital. Onde o endereço para os jovens é um endereçamento do estilo joaozinho@gmail.com e muitos hoje em dia não conseguiriam imaginar o mundo sem internet.
Talvez a brincadeira de criança da descoberta da sexualidade imaginária faça encontrar duas crianças em que uma diga para a outra que sua configuração é diferente, pois ela está equipada com antena Wi-fi e a outra criança possua uma entrada USB.
Brincadeiras à parte, computação não é algo mais exclusiva de computadores é a nossa maneira de plugar. Para endossar esta lógica com nossos modernos sistemas de integração fazemos coisas hoje que apenas os funcionários das empresas aéreas faziam antes. Ninguém entra mais em site de hotel sem perguntar antes a existência de um sistema Wi-fi?
O digital é parte inerente à vida moderna. Não temos mais como separar os dois mundos. Quando se vende um livro hoje é possível ter características da comercialização e da própria leitura. O sistema Kindle permite que se colham informações da hora da leitura, da forma em que a pessoa lê e pula de uma página para outra, se houve o abandono da leitura, que páginas houve maior releitura,... Você não lê mais sozinho!
Estamos numa sociedade cada vez mais conduzida e impulsionada por dados. Temos um contexto em que tudo o que fazemos todo dia está em constante registro digital. Até a postura corporal em alguns sistemas está nitidamente identificada. Todo o contexto da sociedade direcionada por dados está mapeado. Antes do microscópio os vermes já existiam, com o advento do aparelho o que mudou foi a forma do indivíduo acessar e ver o mundo. Assim também é a rede de computadores que se aperfeiçoa rapidamente.
O Big data está abrindo esse mundo que já existia e está abrindo portas para sua visualização. Antes apenas nos baseávamos no passado distante para tentar fazer uma relação para com o futuro. Sabíamos relacionar todas as compras que um cliente fazia com um negócio, mas nada se sabia dos relacionamentos deste com a concorrência. Agora é possível fazer isto rastreando a informação que o cliente deixa ao manifestar sua satisfação frente ao seu impulso de compra ao compartilhar na rede social suas impressões sobre os produtos que adquiriu.
Chegamos ao ponto que recebemos twitter de nossos objetos que adquirimos para nos informar da necessidade de revisão do veículo devido um desgaste maior sobre a roda esquerda. Ou geladeiras que encaminham mensagens para seus usuários domésticos avisando da necessidade de passar no mercado para que compre um produto que esteja faltando dentro de si.
Big data tem um papel muito importante em todos os segmentos produtivos. No mapeamento, por exemplo, na internet de uma epidemia de gripe antes mesmo que o caso venha a ser confirmado no advento da elevação do número de consultas, em diversas previsões de padrões de comportamento baseado em eventos de grandes proporções de incidência imediata, no mapeamento de surtos de doenças contagiosas das mais variadas formas de ação, projeção da inflação momentânea,... É possível estabelecer mapas completos sobre a natureza dos dados, inclusive o viés positivo ou negativo de um texto.
Quanto estou deixando de vender? Podemos ficar parados? Dez anos atrás não existi uma linguagem natural semântica em sintonia com computadores. Hoje isto é uma realidade. Quem sabe daqui alguns dias o carro vá sozinho fazer uma revisão programada?
Taurion conclui que não temos mais tempo para pensar em estratégias digitais. O mundo já está conectado.
Camila Masetti introduz o cenário das redes sociais com uma pergunta clássica: Como vocês fazem um amigo? Afirma a consultora que hoje a resposta não é específica a um só lugar, não é estar no lugar certo na hora certa. É uma questão de sorte e interesse comum. É o interesse que cria a conexão. Que por enquanto ele pode ser percebido pelo compartilhamento comum de interesses quanto ao uso das empresas, das marcas e da vida social. Esses elementos determinam a divisão dos grupos nas redes sociais.
O mundo dos negócios o marketing se segmenta em criação, mídia, interesse e sorte. Ainda as tecnologias são muito focadas na sorte. Quem está no lugar certo e na hora certa? São as características que fazem as pessoas. A concepção da nova geração é que todo mundo é um pouquinho de tudo e não podemos mais definir uma pessoa pelo seu endereçamento de ip ou através de um hiperlink.
Na internet toda hora as pessoas estão vendo vídeos diferentes, pois aquele é o interesse dela no momento. E hoje com o Big Data podemos ver exatamente o que a pessoa está fazendo. Existe uma monitoração constante do conteúdo digital. Para que haja uma ideia é possível captar a imagem e o som de um vídeo que um usuário comum esteja acessando na internet e o Big Data direcionar a propaganda seguinte sobre o assunto que está sendo visualizado. Até mesmo se o sistema captar um ruído de motor, identificar o tipo de veículo e oferecer na próxima tela aqueles veículos que tenham relação semântica com o ruído captado anteriormente. Atualmente é possível mapear até 1 bilhão de vídeos por dia para monitorar o que os usuários da rede assistem.
É possível graças ao Big Data estabelecer uma granularidade maior podendo-se categorizar pelo tipo sexual, pela comida favorita, a revista que lê, o estilo de vida,... É possível catalogar alguém fazendo um target semântico, por evento, por celebridade, marcas,... criando conexões diretamente com a audiência.
Um erro de uma estratégia de marketing na divulgação de um evento ou episódio pode dar espaço para responder de forma positiva com uma vantagem ainda maior para a empresa. A internet é um grande espaço de comunicação que permite interligar dois mundos. Hoje é importante sincronizar campanhas digitais.
É possível vincular anúncios vinculados ao que está ocorrendo em TV. Também associar um anúncio ao clima da pessoa que está acessando uma informação de seu interesse e despertar nela como uma lembrança a necessidade do produto que se encaixe de forma suave ao contexto em que o usuário da rede se encontra (Targeting Clima). Também é possível fazer uma exclusão de anúncios frente a um quadro em que o usuário se encontre em que a insatisfação momentânea não traduz um bom momento para relacionar à marca (Negativação).
Em função do tempo real é possível dar maior ou menor importância as informações coletadas na internet por parte dos usuários. Então tempo e informação é dinheiro. Não muito comum na Europa e EUA algumas lojas estão se especializando em colocarem sensores em suas entradas em que o estado de humor dos clientes que chegam à loja é identificado e as informações são repassadas para os vendedores que estão preparados a orientar a compra conforme as informações emocionais monitoradas. Também existem lojas em que manequins possuem sensores óticos que estimam a altura, peso, estilo e dados dimensionais e projetam no monitor da vitrine uma roupa que se adere perfeitamente ao número e formato do corpo do cliente.